Vocês estão acompanhando as discussões atuais entre ambientalistas e governantes sobre a questão do lixo e, principalmente, sobre resíduos plásticos despejados em oceanos e na natureza, no geral? Tem sido quase impossível estar completamente alheio a essa discussão, mas trouxemos hoje informações e reflexões que consideramos fundamentais, talvez até centrais com relação ao nosso objetivo como Sistentáveis.
É verdade que, no geral, cada um de nós entende que o lixo é uma questão a ser resolvida: para alguns, é uma questão que se estende entre a casa e o caminhão de lixo, talvez até mesmo entre a casa e o aterro sanitário ou lixão. A verdade é que o problema do lixo não para por aí, em especial do plástico, pois extrapola o meio doméstico, as políticas de resíduos das nossas cidades e até mesmo do nosso país. É possível, realmente, jogar lixo fora? Dividimos o mesmo planeta. Se o planeta é também nossa casa, o que seria “jogar o lixo fora”?
Recentemente, a BBC UK (Reino Unido) divulgou uma estimativa que tinha o propósito de mensurar a quantidade de voltas ao redor do mundo que se poderia realizar usando o lixo plástico despejado no planeta anualmente. Cerca de 300 milhões de toneladas de plástico são despejadas na natureza em apenas um ano. Segundo o estudo da BBC, com essa quantidade seria possível dar em torno de 10 VOLTAS ao redor do mundo. No mínimo assustador, não? Principalmente quando consideramos um fato importante sobre o plástico: seu tempo de decomposição, na natureza, é de 400 anos, segundo o Ministério do Meio Ambiente.
Não importa a fonte de informação, os dados sobre o lixo plástico no mundo são alarmantes. Será possível reciclar TUDO que se produz? Esta seria uma solução quase ideal, mas ainda inviável - sendo uma questão que perpassa invariavelmente as políticas públicas. Nosso papel aqui é o de trazer esse problema para o plano do individual, e também da nossa comunidade circundante ou círculo familiar/afetivo. Acreditamos que as pequenas ações não são insignificantes e que é possível resistir à urgência de se consumir mais e mais plásticos no dia a dia - e que essa resistência pode ser revolucionária. Mas acreditamos, ainda, que para fundamentar nossas ações é preciso, primeiro, nos informar e questionar nossa realidade.
Mas por onde começar? É verdade que precisaríamos de, pelo menos, cerca de cinco posts para tratar sobre as várias questões do lixo plástico, porque tal assunto envolve uma imensa gama de questões correlatas, como: sacolas plásticas em supermercados; embalagens plásticas em alimentos; divulgação eficiente e democrática de informação e educação para uma vida sustentável; a poluição dos oceanos; as microparticulas de plástico que ingerimos através da poluição; a perda de vida marinha; governos de países desenvolvidos que despejam lixo nos mares de países em desenvolvimento (como a Malásia); e assim vai a imensa lista de assuntos. Vamos nos preocupar, em principal, com os assuntos que envolvem as nossas propostas no blog: consumo consciente e limpo, seja quanto aos alimentos quanto aos cuidados de pele.
A indústria dos cosméticos lucra, por ano, em torno de 500 bilhões de dólares através da lógica comprar-usar-jogar fora. Para uma indústria que lucra tanto assim, alternativas para o plástico são ditas “caras e pouco lucrativas”. Como consumidores, precisamos exigir uma mudança nessa retórica; existe um espectro grande de estratégias para tal: seja através de um posicionamento dito mais radical, como o não-consumo de cosméticos industrializados como um todo e dessa forma evitando financiar essa indústria; ou o não-consumo de cosméticos em embalagens plásticas e portanto não-sustentáveis.
No nosso blog, disponibilizamos receitas para uma skincare natural. Você precisará de um recipiente para o conteúdo da receita, que pode (e recomendamos veementemente) ser reutilizado de algum outro produto seu que chegou ao fim. Reutilizar é tão fundamental quanto reciclar. Além disso, acreditamos também no retorno à nossa autonomia, isto é, ao ser sustentável, autossuficiente: produzir nós mesmos o que iremos consumir e quando precisarmos consumir algo já pronto, o fazermos com consciência, optando por marcas veganas, que não agridam o meio ambiente e os animais.
Fiquem ligados: no futuro próximo traremos estratégias e ações para evitar ou diminuir o consumo de plástico no dia-a-dia. Também iremos trazer informações sobre reciclagem e coleta seletiva. Por hora, alertamos: é preciso refletir e repensar sobre o lixo e sobre o plástico, principalmente. Pedimos a vocês que façam o seguinte exercício reflexivo, que apesar de simples, desencadeia uma série de outros questionamentos: em que parte do seu dia o plástico está presente? É mesmo fundamental que esteja presente ali? Você consegue pensar em substitutos sustentáveis?
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